segunda-feira, 11 de julho de 2016

acordo a tremer, agora. não é como antes, em que o sono não vinha mas as insónias eram poéticas naquela forma feia de auto-destruição. isqueiro aceso (fósforos, quando havia a necessidade de ser mais dramática) e pulmões cheios de merda. sentava-me à beira daquele fosso de janela com as mãos de céu.
mas não é como antes, agora. é pior, mesmo quando eu achava que não me podia sufocar mais no sarro da noite. estava a salvo, agora. adormecia na tua pele e não sonhava cor-de-rosa mas também não sonhava nada. era o infinito, mas não é como antes, agora. afinal a tua pele queima e eu já não quero voltar. hoje durmo sozinha.



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