Éramos trapos.
Desfeitos e inúteis e sem fim. Sem rótulos e sem prazos de validade. Sem luz e sem sossego.
Éramos sujos. Sem mundo e sem morada. Sem rumo e sem sentido. Sem direito e sem propósito.
Éramos pretérito imperfeito. Sem nascer e sem ser e sem morrer.
Éramos nada e éramos velhos e éramos condenados e éramos uma frase que nunca conheceu pontuação.
Éramos.
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